====== Entendendo o p-valor ====== Antes de iniciar o roteiro anote o seu nome, altura (em centímetros e sem decimais) e sexo (M, F) na planilha [[https://docs.google.com/spreadsheets/d/11UVh4_6T_KQq_ZSfn4ALekKyFew4bqNkwp4i3YM1g-M/edit?usp=sharing| altura alunos]]. ===== Vídeo Aula: O significado do P-valor ===== Aula síncrona gravada durante a pandemia, permanece aqui como material de consulta. **//__Aula Gravada: O significado do P-valor__//** {{ youtube>BiIKenh387k |}} ===== Introdução ===== {{:planeco:roteiro:nullhip.jpg?120 | }} O objetivo desse roteiro é auxiliar na compreensão de dois conceitos fundamentais do teste de hipótese estatística. O primeiro é entender o significado do //**p-valor**// que é a probabilidade de que nossa observação seja gerada em um cenário onde a hipótese nula é verdadeira. Dessa forma, //**p-valor**// é um indicador da compatibilidade entre o conjunto de dados coletados e a hipótese nula. Suponha um //**p-valor**// muito pequeno (por exemplo 0,001). Isso significa que é pouco provável que as observações tenham sido obtidas em um cenário em que a hipótese nula seja verdadeira (alta incompatibilidade). Diante de um resultado pouco provável, rejeitamos a hipótese nula e ficamos com a hipótese alternativa que pressupõe algo mais, além da variação aleatória. Se por outro lado, o //**p-valor**// é próximo de 1, significa que a diferença observada tem alta probabilidade de ser gerada à partir do cenário nulo (alta compatibilidade). Mas qual deve ser o ponto de corte, ou seja, a partir de que valor crítico de **p**((a partir desse ponto vamos chamar o **p-valor** apenas de **p**)) devemos aceitar ou rejeitar a hipótese nula? Convencionou-se arbitrariamente, em muitas áreas da ciência, que tal valor crítico é de 0.05 ou 5%. Ou seja, a probabilidade que o cenário nulo tenha gerado as observações é de 5%. O segundo objetivo desse roteiro é definir quando devemos aplicar um teste unicaudal ou bicaudal e como isso se relaciona à nossa hipótese estatística e à nossa hipótese científica. É muito importante que, ao fazer este roteiro, você discuta com colegas e professores os conceitos apresentados. Antes de iniciar o roteiro propriamente dito é necessário instalar os programas que iremos utilizar. ===== Instalando o Rsampling ===== Para rodar esse roteiro utilizaremos duas ferramentas para o ensino de estatística desenvolvida por pessoas ligadas ao departamento de ecologia do IBUSP. O primeiro é o pacote [[https://cran.r-project.org/web/packages/Rsampling/index.html|Rsampling]] que contém instrumentação de permutação e aleatorização para a linguagem R. O outro é uma interface gráfica ([[https://github.com/lageIBUSP/Rsampling-shiny|Rsampling-shiny]]) para usar as ferramentas deste pacote no seu navegador. Não há necessidade de conhecimento prévio em R para fazer esse roteiro. ==== Rsampling-shiny ==== O primeiro passo é baixar a interface gráfica e descompactar o arquivo em um diretório conhecido no seu computador. Sugerimos que crie uma pasta para a disciplina "planeco" dentro da pasta de documentos do computador que está trabalhando. Baixe, para essa pasta, o arquivo "source code" //zip// ou //tar.gz//((se não sabe a diferença entre os dois tipos de arquivos, provavelmente irá preferir o zip)) da versão mais recente (1.7.0) do Rsampling-shiny no link: * [[https://github.com/lageIBUSP/Rsampling-shiny/releases|Versões Rsamping-shiny]] Descompacte o arquivo na mesma pasta. //Depois de descompactar e testar o funcionamento (com os passos abaixo), você pode deletar o arquivo .zip ou .tar.gz// ==== Usando o R ==== Abra o R pelo ícone {{:planeco:rlogo.png?20|R}} do programa (( Pode haver mais de uma versão do R instalado no computador. Escolha a mais recente em 64b)) instalado em seu computador. Usando o menu **//Arquivo//** > **//mudar dir...//**. mude o diretório de trabalho para o diretório (//i.e.// a pasta) em que você salvou o Rsampling. Caso não tenha o R instalado no computador, veja algumas dicas de como [[http://ecor.ib.usp.br/doku.php?id=01_curso_atual:usor|instalar o R em nosso wiki]]. ==== Instalando os pacotes ==== Em seguida copie e cole a seguinte linha de comando no terminal do R para instalar os pacotes associados: install.packages(c("Rsampling", "shiny", "PerformanceAnalytics")) A seguinte mensagem irá aparecer no terminal do R //"--- Please select a CRAN mirror for use in this session ---"// e uma janela irá se abrir para que selecione o repositório mais próximo. Selecione //**Brazil(SP 1)**//. Aguarde a instalação dos pacotes finalizar. ==== Abrindo a interface gráfica ==== Agora digite as seguintes linhas de comando no terminal do R. A primeira linha irá ativar o pacote shiny que acabou de instalar, a segunda irá alterar o idioma para português e a terceira irá abrir a interface Rsampling-shiny no seu navegador, a partir do nome do diretório que descompactou. Sempre que quiser abrir a interface, deve digitar essas três linhas a partir do diretório da disciplina, não há necessidade de instalar os pacotes novamente ((garanta que a pasta do Rsampling-shiny chamada tenha o nome correspondente com a versão que baixou, no caso o nome deve ser "Rsampling-shiny-1.7.0")). library(shiny) language="pt" runApp("Rsampling-shiny-1.7.0") Se tudo correu bem, a seguinte interface deverá estar aberta no navegador: {{:cursos:planeco:planeco:roteiro:rsampl01.png?700|}} A interface Rsampling tem 5 abas (em português: Rsampling, Tutorial, Entrada de dados, Estatística, Reamostragem). Explore as abas. Dê preferência para usar o Rsampling localmente na sua máquina, seguindo o procedimento descrito acima, desta forma pode utilizá-lo quando houver necessidade. Caso não consiga instalar, use o Rsampling hospedado em nosso servidor neste link: * [[http://143.107.246.201:3838/Rsampling-shiny/| Rsampling PlAnEco]] O servidor do shiny não está funcionando. Use a instalação local descrita acima para usar o aplicativo. ==== Árvores do Mangue ==== Nesta sessão vamos nos ater ao exemplo **"Árvores de Mangue"** baseado em um trabalho de alunos de pós-graduação durante o curso de campo em nosso programa. O quadro baixo apresenta a descrição da coleta dos dados((Não siga o desenho amostral desse estudo. Os alunos tinham apenas algumas horas para coletar os dados e tiveram que simplificar o desenho amostral)). **//__Coleta de dados__//** {{:cursos:planeco:roteiro:mangue.jpg?300 |}} "Desenvolvemos o estudo em uma área de manguezal às margens do Rio Una, no município de Peruíbe, litoral sul do estado de São Paulo. Delimitamos duas parcelas de 50 x 50 m, de mesmo relevo, uma próxima à margem do rio, sujeita a um maior tempo de inundação, a qual nos referimos como mais lodosa, e outra no interior do mangue, sujeita a um menor tempo de inundação, a qual nos referimos como menos lodosa. Fizemos uma amostragem arbitrária de 12 indivíduos de //Rhizophora mangle// em cada uma das parcelas. As variáveis utilizadas como medidas de sustentação dos indivíduos foram área de fixação da raiz e número de pontos de apoio de raízes escora no solo. Para medir a área de fixação das raízes de cada indivíduo, aproximamos a área abrangida pelos pontos de apoio das raízes no solo ao formato de uma elipse. Medimos, em metros, o raio maior e o menor dessa elipse. O número de pontos de apoios foi obtido contando todas as vezes que as ramificações das raízes tocavam no solo...." ==== Tutorial Mangue ==== Abra o Rsampling-shiny e na aba tutorial selecione: ''árvores do mangue e estabilidade do solo''. {{:planeco:roteiro:rsampl02.png?800|}} * não aperte nenhum botão ainda; * leia a página do tutorial; * identifique e tente entender a pergunta e a hipótese colocada; * identifique qual a hipótese nula para a questão colocadas; * formule uma predição esperada, associada à estatística de interesse; * entenda o que está expresso na tabela central e no gráfico (boxplot) à direita; * aguarde a discussão desses tópicos com toda a equipe. Entender a hipótese e sua conexão com a estatística de interesse é crucial para compreender o que segue. Aqui estamos utilizando uma estatística de interesse bastante intuitiva, a diferença entre as médias de áreas de raizes dos diferentes solos. Faça uma breve pausa e reflita sobre como a diferença de área de raízes média entre os tipos de solo se conecta com a hipótese. Anote suas dúvidas para a discussão. Iremos tratar a conexão entre estatística de interesse e hipótese em outros momentos durante o curso, mas não deixe que esses conceitos fiquem sem ser entendidos ao final deste módulo da disciplina. ==== Definindo um cenário nulo ==== Agora é preciso definir um cenário associado à hipótese nula, um cenário em que a hipótese nula é verdadeira. Em geral, o cenário nulo está vinculado à explicação mais simples ou à ausência de efeitos relacionados ao processo investigado. No exemplo do mangue seria a ausência de efeito na área de raízes relacionada ao tipo de solo. Ou seja, não há diferença detectável de área de raízes das árvores entre o solo mais lodoso e o menos lodoso. Uma questão que emerge nesse ponto é: o que pode ser considerado **ausência de efeito** ou **diferença detectável** entre os tipos de solos? Afinal, mesmo em um cenário onde não efeito do tipo de solo, não é esperado que os valores das áreas de raízes sejam exatamente iguais, nem mesmo das árvores que estão em um mesmo tipo de solo. É certo que existem outros fatores, além do tipo de solo, que podem influenciar o desenvolvimento das raízes de uma árvore. Por exemplo, a idade do indivíduo, variações de desempenho entre indivíduos de mesma idade e mesmo a variação associada ao processo de amostragem ((por acaso amostramos árvores menores ou maiores)), isso só para citar algumas de muitos fontes possíveis de variação. Portanto, precisamos diferenciar a variação associada a outros fontes, daquela que estamos interessados, no caso o tipo de solo. O que iremos fazer a seguir é simular cenários em que toda a variabilidade existente vem de outras fontes que não seja o solo. Como não sabemos exatamente quais são essas outras fontes possíveis de variações imprevisíveis, vamos chamar essa variabilidade de aleatória. Para gerar o cenário nulo podemos usar um procedimento simples que é desestruturar a fonte de variação de interesse, no caso o tipo de solo. Podemos, por exemplo, pegar os valores de área de raízes e rearranjá-los entre os tipos de solos de forma aleatória. Nesse procedimento, qualquer diferença que apareça entre os solos é proveniente de outras fontes que não o tipo de solo, por exemplo a idade dos indivíduos. Se repetirmos esse procedimento muitas vezes, quais valores da estatística de interesse seriam mais frequentes, partindo da premissa que nosso cenário nulo é verdadeiro? Podemos responder essas questões utilizando a interface do ''RSampling'', como segue abaixo. **__Usado o RSammpling__** * na aba do tutorial, abaixo de **"Conjunto de dados"** selecione "Aleatorizado", depois volte para "Original". Alterne entre essas opções algumas vezes e procure entender o que acontece quando muda a seleção; * deixe "Aleatorizado" selecionado e clique no botão "De novo!", que fica abaixo do ''boxplot'', algumas vezes; * compare os resultados dos valores que aparecem no ''boxplot'' com os valores que são colocados no gráfico de barras à esquerda; * clique em "De novo!" várias vezes, até que umas das barras chegue ao valor máximo do gráfico à esquerda; * reflita sobre o significado desse gráfico e anote suas dúvidas para a discussão com a equipe. ===== Reamostrando os dados ===== Caso tenha entendido o procedimento que gera o cenário nulo por aleatorização, podemos partir para o teste de hipótese seguindo os passos definidos abaixo. * Na aba //Entrada de dados// selecione os dados //"rhyzophora"//; * Na aba //Estatística// : - em **Estatística:** selecione //"Diferença média entre dois grupos"//; - em **Column 1((aqui você deve sempre colocar a variável que define os grupos)):** selecione//"soil.instability"//; - em ** Column 2((aqui você deve colocar a variável resposta)):** selecione //"root"//; * Na aba //Reamostragem// : - em ** Tipo de aleatorização:** selecione //"Dentro de colunas"//; - em **Alternativa:** selecione //Maior que//; - em **Número de repetições:** deslize botão para o número 1000; - **Não** selecione //"Com reposição?"//, nem //"Reamostragem estratificada"//; - clique em **Atualizar gráfico**; * Entenda o que está acontecendo, troque informações com os colegas e aguarde a discussão com os professores ===== Teste Bi ou Unicaudal ===== Uma decisão, tomada no começo do tutorial, não foi apresentada anteriormente: o teste feito até agora é unicaudal. O que significa isso? Mude a opção na aba de ''Reamostragem'' na barra ''Alternativa'' de ''Maior que'' para ''Bicaudal''. * acompanhe o que acontece com o //p-value//; * há mudança na hipótese biológica em questão? ===== Exercício ===== * Caso ainda não tenha feito, anote o seu nome, altura (em centímetros e sem decimais) e sexo (M, F) na planilha * [[https://docs.google.com/spreadsheets/d/11UVh4_6T_KQq_ZSfn4ALekKyFew4bqNkwp4i3YM1g-M/edit?usp=sharing| altura alunos]]. * aguarde todos os alunos preencherem * salve a planilha no seu computador, usando o formato **.csv** * importe a planilha para o Rsampling, usando na aba "Entrada de Dados" a opção //"Upload file"// * selecione a opção "Cabeçalho?" * com esse conjunto de dados, teste as seguintes hipóteses usando o Rsampling: * 1. altura média entre gêneros é diferente; * 2. altura média de estudantes do sexo masculino é maior que de estudantes do sexo feminino; * 3. altura média de estudantes do sexo feminino é maior que de masculino; * utilize 5.000 reamostragens * salve os gráficos da distribuição da estatítica de interesse \\ ** __PARA ENTREGAR ANTES DO INÍCIO DA PRÓXIMA AULA__ ** \\ \\ * 1 - os gráficos finais e o p-valor para as duas hipóteses do exercício * 2 - a interpretação dos resultados (máximo 5 linhas para cada hipótese) Encaminhe as suas respostas pelo formulário [[https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd3ybWLrOZRkMKtu0otw-mr1pGsLiVSMo_z71IhiatymZQ8uw/viewform?usp=sharing|link aqui]], após login em conta google. Caso encontre problemas na submissão dos formulários, encaminhe o documento à equipe (**planecousp@gmail.com**), indicando como "Assunto": **Teste de Hipóteses** /* {{url>https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe8ch4Ub9ZZElLIuh-g5rMdW92XwZS0fp_YEUYelVzVmwHi-g/viewform?usp=sf_link}} */ /* ATENÇÃO: DAQUI PARA BAIXO = COISAS DE VERSÕES ANTIGAS RETIRADAS: */ /* * Em grupo de 2 a 3 alunos refaça análise de algum estudo pertencente a integrantes do grupo para testar hipótese por reamostragem; * caso nenhum integrante do grupo tenha algum conjunto de dados disponível, solicite aos monitores um conjunto de dados e a explicação sobre a hipótese a ser testada; * prepare um slide com o resultado e a sua interpretação para ser apresentado e discutido com a turma toda. */ /* Caso tenha entendido o tutorial, podemos partir para o teste de hipótese por aleatorização. * Selecione os dados de ''rizophora'' na aba //Data input//; * rode o teste passando pela seleção da estatística de interesse e depois pelo processo de reamostragem * faça as escolhas das opções discutindo com os colegas o significado de cada uma; * quando estiver seguro das opções rode pelo menos 2500 reamostragens (trials) e interprete o resultado; * mude as opções na barra de rolagem **Alternative**; * discorra com os colegas o significado de cada uma das opções do **Alternative**; * aguarde para discutir com os professores o significado dessas opções. Caso tenha entendido o tutorial, podemos partir para o teste de hipótese por aleatorização. * - Na janela //Data input// selecione os dados //rizophora//; * - na janela //Statistic// selecione: * - em **Statistic:** //"Mean difference between 2 groups"//; * - em **Categorical variable column**: //"soil.instability"//; * - em ** Numerical variable column**: //root//; * - na janela //Resampling//: * - selecione "Whitin columns" em ** Randomization type:**; * - em **Alternative** selecione //Greater//; * - em **Number of trials** selecione 1000; * - **Não selecione** //With replacement?// e //Stratified resampling//; * - clique em **Update Graph**; * - entenda o que está acontecendo, troque informações com os colega e aguarde a discussão com os professores */