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A Ciência do Código Aberto

Os conhecimentos

richard_stallman_what-is-free-software-1_lucywatts.jpg Por muito tempo fui resistente a migrar para o Linux apesar de ser completamente favorável ao software livre com código aberto. Acredito que esse movimento seja uma verdadeira revolução nas relações sociais, contrastando fortemente toda a visão capitalista e individualista de propriedade de conhecimento científico e tecnológico. A mudança de paradigma relacionada ao acesso fácil, rápido e barato de informação criou um nova postura frente ao uso e iterações que esse conhecimento confere. Apesar de haver tradicionalmente uma distinção clara no entendimento do que é o conhecimento tradicional, científico e tecnológico, essa distinção carece de estruturação teórica, tanto que tem trazido muita polêmica quanto a sua regulamentação. Todos são formas de entender o mundo, o primeiro sem um método explícito, o último mais a ver com o desenvolvimento de processos e ferramentas para a resolução de problemas, mas sem uma distinção clara da ciência. Entendo que o conhecimento tradicional é fruto do desenvolvimento de conhecimento empírico transmitido e renovado através das tradições e rituais por iniciativa dos detentores do conhecimento. Partilhar ou não esse conhecimento é arbitrado pelo detentor, consciente que partilhá-lo significa oferecer ao receptor a prerrogativa de lapidá-lo e transmiti-lo, com ou sem modificações. Apropriar-se desse conhecimento para proveito próprio parece-me lícito, porém tirar proveito dele para subjugar, material ou intelectualmente outros, é contra a própria natureza desse conhecimento. Uma visão ingenua frente a história da humanidade recheada de povos ou castas subjugadas. Entretanto, estamos a todo tempo transmitindo esse conhecimento, nas conversas, rituais, festas, músicas e em nossa relações, inconscientemente.

Ciência Aberta

A ciência pura ou fundamental, em contraste com a aplicada, da mesma forma que o código livre, transmite suas descobertas sem a necessidade da valoração monetária desse conhecimento. A ciência pura não tem necessariamente uma aplicação imediata, buscando o entendimento dos fenômenos naturais sem o foco da aplicação. Entretanto, é ela que gera o conhecimento necessário para a aplicação em tecnologias que resolvem os problemas da humanidade, ou seja é ela que supre a ciência aplicada e tecnológica com o conhecimento teórico necessário. Os cientistas das ciências puras publicam suas descobertas sem cobrar direitos ou patentes, apenas exigindo o reconhecimento da autoria. Com isso a ciência básica avança muito rapidamente, partilhando o conhecimento gerado e permitindo que terceiros se apropriem da informação, podendo transformá-la e gerando novos conhecimentos ou aprimorando os existentes. Avança a partir do que já foi feito, sem a necessidade de redescobrir o já descoberto. Essa postura trás eficiência no processo ao mesmo tempo que evita a perpetuação de erros.

Vejo um paralelo com a filosofia do software livre, onde o código aberto permite aos usuários aprimorar funções e algoritmos sem a necessidade de iniciar novamente a partir do nada. Acredito que isso só é possível quando não existe a relação monetária diretamente vinculada a essa transmissão de conhecimento, o que geraria conflitos e quebraria o fluxo de interações necessárias ao avanço eficiente desses projetos. Assim como o individualismo e prepotência são características inerentes e fortemente relacionadas à natureza humana, há também um forte componente de cooperação e altruísmo em nossa natureza. Há um prazer relacionado à sensação de fazer parte de um projeto maior que confere mais igualdades de opções, indistintamente…

VIVA A CIÊNCIA LIVRE!

VIVA O CÓDIGO ABERTO!

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Alexandre Adalardo 2010/08/20 15:38

dicas_mat_apoio/programas/ciencialivre.txt · Última modificação: 2016/05/10 07:20 (edição externa)