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Marcia Pannuti

Marcia Pannuti

Terminei minha graduação em Ciências Biológicas pela USP Ribeirão Preto em 2004. Após ter estagiado no LabTrop por dois anos, auxiliando em trabalho de campo na Mata de Sta. Tereza (Ribeirão Preto) e na Parcela Permanente do PEIC (Ilha do Cardoso), iniciei meu mestrado em Ecologia pelo IB-USP.

No meu mestrado estudei a distribuição espacial, associação com hábitat e herbivoria dependente da densidade para uma espécie comum de restinga alta, Calophyllum brasiliense (guanandi), na Ilha do Cardoso, Cananéia, SP.

Atualmente gerencio o viveiro Jundu na Ilha do Cardoso e as atividades dos técnicos de campo do Projeto Conserva Restinga coordenado pelo LabTrop e financiado pela Petrobrás. Além dessas atividades, estou sistematizando as etapas do processo de produção de mudas, com o objetivo principal de gerar conhecimento para compor um manual de divulgação de técnicas de produção de espécies vegetais em restinga.

Projeto de Mestrado

Distribuição espacial, associação com hábitat e herbivoria dependente da densidade para Calophyllum brasiliense em restinga alta na Ilha do Cardoso



Muitas teorias, englobando diferentes fatores e mecanismos, já foram postuladas para explicar a alta coexistência de espécies arbóreas nos trópicos, a qual permanece como uma questão intrigante e subentendida na ecologia vegetal. O estudo da dinâmica de árvores ao nível populacional contribui e embasa, por sua vez, o entendimento desses fatores e mecanismos atuando ao nível da comunidade. O objetivo geral do presente estudo foi investigar alguns aspectos relacionados com a dinâmica de uma espécie arbórea comum Calophyllum brasiliense (Clusiaceae) em floresta de restinga alta na Ilha do Cardoso, Cananéia, SP. Para isso, além de termos testado se a sobrevivência e o desempenho de suas plântulas estavam relacionados com níveis de herbivoria dependentes da densidade, testamos se a ocorrência da espécie apresentava associação com hábitats de solo e caracterizamos sua distribuição espacial na área de estudo.




experimento.jpg

Para testar os efeitos dependentes da densidade propostos pelo modelo Janzen-Connell, nós avaliamos a sobrevivência e o desempenho de plântulas de Calophyllum brasiliense em relação à distância e à densidade de adultos co-específicos e a correlação destes com a herbivoria. Foram transplantadas 1200 plântulas de C. brasiliense em 10 blocos experimentais, centrados em um adulto co-específico focal cada um, em um delineamento do tipo split-plot (figura ao lado) .


Nós combinamos duas condições de exposição à herbivoria (parcelas protegidas vs. expostas, figura abaixo) a três níveis de distância (3, 10 e 20 m) em cada bloco, sendo que metade dos blocos foi composto por apenas um adulto co-específico isolado e a outra metade por um agrupamento, gerando o terceiro tratamento: dois níveis de densidades de adultos co-específicos (isolados vs. agrupados).

experimento2.jpg

Era esperado que as plântulas mais próximas aos adultos co-específicos tanto isolados como agrupados exibissem:
(1) menor sobrevivência,
(2) menor desempenho
(3) maiores índices de herbivoria
(4) que quando os herbívoros fossem excluídos, não seria notado o efeito da distância e densidade dos adultos co-específicos
(5) que o efeito do agrupamento fosse maior do que o de adultos isolados na presença dos herbívoros.




Para testar a associação com hábitat de solo para a espécie, adotamos uma abordagem conjunta com o estudo da distribuição espacial, possibilitando a inferência de outros mecanismos possivelmente relacionados com a dinâmica da espécie, além do micro-habitat. Caracterizamos o padrão de distribuição espacial através do uso de metodologias espaciais de segunda-ordem complementares: K de Ripley e Oring, e testamos a questão da associação com habitat a partir de “torus translation”, uma metodologia relativamente nova que incorpora a autocorrelação espacial entre troncos co-específicos.
calosolos1.jpg
Mapas de distribuição para C. brasiliense na parcela permanente PP-Biota em restinga alta da Ilha do Cardoso, Cananéia, SP, representando a distribuição espacial (a) de todas as classes de diâmetros ≥ 4,8 cm, (b) dos adultos (DAP > 14 cm) e © dos jovens (4,8 ≤ DAP ≤ 14,0 cm). Cores diferentes representam os quatro tipos de solos, como classificados na Fig. 2. No mapa (a) os círculos representam os indivíduos de C. brasiliense e seus tamanhos são proporcionais aos DAPs observados. Nos mapas (b) e © os indivíduos adultos e jovens, respectivamente, estão representados pelos pontos pretos.

Orientador

Prof. Dr. Alexandre Adalardo de Oliveira

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equipe/antigos/marcia_pannuti.txt · Última modificação: 2019/09/13 16:39 por nathaliamonalisa