Vamos testar se existe agregação na população de palmito usando a razão variância/média, que é um medida baseada em contagens em parcelas. Esta razão é também conhecida como índice de dispersão, e é definida como:
Id=s2ˉx
Esse índice está baseado em uma propriedade da distribuição probabilística1) de contagens em unidades amostrais: quando a média e a variância são iguais, ou seja, quando o índice é igual a 1, a distribuição é aleatória. No caso dos indivíduos estarem distribuídos de maneira completamente uniforme, a variância tenderia a zero e o índice também. Quando estão agregados, a variância seria maior que a média e o índice de dispersão maior que um.
Nesses exercícios, vamos usar dados de abundância de palmitos-juçara na floresta de restinga. Avaliando o trabalho antes de ir a campo, tomamos algumas decisões que definem muito como os resultados serão interpretados:
ATENÇÃO: Você precisa abrir o arquivo na máquina virutal pois lá o excel já está com o Resampling instalado.
Interprete o resultado e responda à pergunta formulada nesta seção.
Uma questão que pode ser colocada nesse momento é: o valor observado é de fato diferente do que seria esperado caso o Palmito estivesse distribuído aleatoriamente na parcela?
Lembre-se que qualquer configuração é possível de ser gerada pelo acaso, só que umas são mais comuns e outras são mais raras. A configuração da nossa amostra é possível de ser gerada pelo acaso, resta saber se a probabilidade dela acontecer pelo acaso é pequena ou grande. Isso nos conduz a uma segunda pergunta, relativa à nossa metodologia:
Pergunta:
Qual a probabilidade do acaso gerar um valor como esse ou maior?
Para responder a essa pergunta nós vamos gerar amostras em que as unidades amostrais (parcelas fictícias) tenham a mesma média da nossa amostra real, mas que palmeiras se distribuam ao acaso pelas parcelas. O arranjo de números, ou configuração obtida com esse procedimento é chamado de modelo nulo.
Em nosso caso, queremos um modelo nulo de completa aleatoriedade espacial. Para cada amostra gerada, vamos calcular um índice de dispersão. Se o modelo nulo gerar valores dos índices de dispersão iguais ou maiores que o observado com muita frequência, não teremos segurança para dizer que existe algum padrão diferente do aleatório nos dados reais. Mas qual é esse limiar de frequência de valores que nos deixa desconfiados? É usual na área de biologia utilizar 5% para esse limiar, ou seja, se menos de 5% dos valores gerados são maiores ou iguais ao índice real observado, dizemos que o valor é significativamente diferente do aleatório.
Vamos fazer o teste usando um plugin do Excel chamado Resampling.
Se tudo correu bem, teremos uma nova coluna na planilha com o rótulo da parcela sorteada para cada indivíduo. Agora precisamos contar quantas vezes cada parcela ocorre nessa coluna, o que representa o número de indivíduos no nosso cenário nulo de “Completa Aleatoriedade Espacial”:
Dica: Coloque o símbolo $ entre os valores da coluna e linha no intervalo do CONT.SE(), isso fixa o intervalo para usar a mesma função nas outras linhas.
Pronto! Calculamos o índice para o cenário de “Completa Aleatoriedade Espacial”. Agora só falta repetir isso muitas vezes e guardar o valor do índice resultante a cada vez. Que tal mil vezes? Parece bastante entediante ficar repetindo o mesmo procedimento tantas vezes… Vamos fazer o Resampling fazer isso por nós!
Só precisamos repetir a re-amostragem e depois pedir para ele repetir o procedimento. Refaça os passos:
Dica: Para selecionar todas as células com o nome das parcelas de uma só vez aperte:
“Ctrl + Shift + ↓”
Veja como o valor do índice mudou! Agora selecione a célula com o valor do Id e clique no botão RS 4). Na janela que se abre modifique apenas o campo Iterations para 1000. Se tudo correr bem, você verá o Resampling trabalhando, ao final responda sim para ver os valores que foram calculados nas 1000 simulações. Coloque esses resultados em ordem decrescente.
Dica: Altere o nome da planilha Results para guardar o resultado da simulação para a planilha de parcelas de 40 x 40m.
Responda:
Na década de 70 houve um debate muito acalorado e importante para a conservação chamado SLOSS (Single Large or Several Small). Em função das limitações de recursos para estabelecer Unidades de Conservação, a grande questão em jogo era decidir entre ter poucas reservas grandes ou muitas pequenas.
Aqui temos uma questão parecida. Quando iniciamos o trabalho, tomamos 5) a decisão de fazer parcelas de 40 x 40 m. O que aconteceria se fizéssemos parcelas menores? O resultado poderia mudar? Se mudar, o que isso significa?
Vamos responder essas perguntas agora. Refaça os procedimentos anteriores para parcelas de 20 x 20 m e 10 x 10 m, mantendo o mesmo esforço amostral (16.000m2). Já fizemos essas amostras para você! Estão nas outras abas da planilha que baixou.
Dica: Altere o novamente o nome da planilha Results para guardar o resultado da simulação para a planilha de parcelas de 20 x 20 m e 10 x 10 m.