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A área em restauração está localizada no município de Caraguatatuba (SP), ao lado da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA). Sua área é de 6,5 ha e distribui-se em uma faixa com 50m de largura a partir da margem esquerda do Rio Camburu e cerca de 1,3 km de extensão.
A vegetação original provavelmente era do tipo Floresta de Transição Restinga-Encosta. No entanto, a área já se encontrava desmatada há, no mínimo, cinco décadas antes da realização do estudo, sendo utilizada como pastagem até ser desapropriada para a instalação da unidade. Na pastagem predominavam gramíneas invasoras e alguns arbustos isolados, principalmente de mamona (Ricinus communis) e goiaba (Psidium guajava). Sem conexão com a vegetação remanescente que recobre as escarpas da Serra do Mar, o local também não se ligava a fragmentos de floresta da planície costeira.
O plantio de mudas foi iniciado em fevereiro de 2012, com 15.690 mudas plantadas. Foram utilizadas mudas de 53 espécies arbóreas que ocorrem na planície costeira do litoral de São Paulo. A ideia do projeto era testar diferentes formas de plantio, comparando os resultados do sistema isolado e do sistema agregado. No sistema isolado, as mudas são plantadas em linhas, com uma distância mínima de 2m entre si. Já no plantio agregado, as mudas são plantadas em núcleos de 13 mudas, sendo 5 de espécies pioneiras e 8 de espécies não pioneiras (ver esquema na figura abaixo).
A área de estudo foi dividida em 62 parcelas, distribuídas em 6 combinações de tratamento e uma parcela controle (sem plantio). Com isso, foram obtidos 9 blocos (réplicas), cada um contendo todas as combinações de tratamento. As combinações de tratamento utilizadas foram:
Obs.: Em função de problemas no plantio em um dos blocos, apenas 8 blocos foram monitorados, resultando em um total de 48 parcelas de plantio e 8 parcelas controle.
Após o plantio, a área foi roçada a cada 3 meses para evitar competição das gramíneas invasoras com as mudas. De fevereiro de 2012 a março de 2014, ocorreram quatro monitoramentos semestrais de metade das mudas, com registro de dados de sobrevivência, crescimento em altura, diâmetro e área de copa.
O sistema de plantio agregado de mudas (i.e. em núcleos) favorece a sobrevivência e o crescimento de mudas de árvores em uma área em restauração?
Dados de sobrevivência e crescimento em altura e diâmetro de 18 espécies, coletados nos monitoramentos semestrais (seção 1.2) por 18 meses, foram utilizados para comparar o desempenho das mudas nos plantios isolado e agregado (núcleos).
I. plantar mudas de maior porte das espécies pioneiras, de modo que mais rapidamente elas possam sombrear as outras plantas
II. sempre adicionar nutrientes aos núcleos
III. aumentar um pouco o espaçamento (de 30 para 60 cm), de modo que a competição por recursos diminua nas fases iniciais
IV. não adicionar nutrientes diretamente nas covas quando as mudas forem plantadas em linha (isoladas) em áreas de solo arenoso, embora essa sugestão deva ser interpretada com cautela.
Restauração ecológica e processos estruturadores de comunidades vegetais (tese de doutorado)
Cluster planting facilitates survival but not growth in early development of restored tropical forest (artigo científico)
Quanto carbono foi acumulado pelas mudas nos diferentes sistemas de plantio ao longo dos dois primeiros anos de restauração?
Em média, três indivíduos de cada espécie foram amostrados, totalizando 67 indivíduos de 21 espécies. A coleta consistia em:
O peso fresco de cada fração (caule, galhos folhas) foi medido em campo e o peso seco, em laboratório. No caso de mudas com diâmetro à altura do solo (DAS) maior do que 2,5 cm, que não poderiam ser coletadas inteiras, o peso fresco foi registrado a partir de uma sub-amostra, cujo peso seco serviu de base para estimar o peso seco total da fração.
Dados de diâmetro, altura e copa das mudas, coletados durante o monitoramento de 2014, foram utilizados para ajustar equações alométricas que representassem a melhor relação entre peso seco e as medidas das plantas. A melhor relação foi aplicada a todas as mudas monitoradas e, com isso, a biomassa que as plantas representavam em 2014 foi estimada, de forma a obter o incremento de biomassa nos primeiros dois anos de plantio.
A partir dos dados de biomassa, o estoque de carbono foi estimado usando uma aproximação de que cerca de 50% da biomassa vegetal é composta por carbono.
Estimativa de biomassa e carbono em um plantio de restauração de um ecossistema litorâneo em Caraguatatuba, SP (monografia de conclusão de curso)
O sistema de plantio afeta a produção de serapilheira em uma área em restauração?
Três coletores de serapilheira foram instalados no centro de cada uma das 62 parcelas da área em restauração. Cada coletor amostrava uma área de 0,5 m². O material, que foi coletado mensalmente durante dois anos, era levado ao laboratório, seco em estufa e pesado.
O material dos coletores centrais foi triado e separado em folhas, caules finos, caules grossos, material reprodutivo e detritos para estimativa do peso de cada categoria separadamente.
Produção de serapilheira em função do sistema de plantio em mudas em uma área de restauração florestal de dois anos na planície costeira de Caraguatatuba, São Paulo, Brasil (artigo científico)
Relação entre características funcionais e o desempenho de espécies arbóreas nativas em um plantio de restauração (dissertação de mestrado)
Efeitos da nucleação nas respostas fisiológicas de mudas arbóreas em uma área de restauração ecológica (dissertação de mestrado)
Mortalidade de mudas em diferentes modelos de restauração ambiental em uma área de planície costeira (monografia de conclusão de curso)
Efeito da riqueza de espécies na decomposição foliar: teste experimental em área em restauração em Caraguatatuba, SP (monografia de conclusão de curso)
Influência da estrutura da vegetação e composição de espécies sobre a chegada de sementes em uma área de plantio de restauração ecológica (relatório de iniciação científica)