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Parcelas Permanentes Restinga
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Este projeto estuda a dinâmica das populações de plantas em uma floresta de Restinga no litoral sul do Estado de São Paulo, através do monitoramento de todos os indivíduos de árvores com mais de 1 cm de diâmetro à altura do peito (DAP) em uma única parcela de 10 hectares.
Localizada no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no município de Cananéia, extremo sul de São Paulo, essa parcela está vinculada ao projeto temático BIOTA/FAPESP Diversidade, dinâmica e conservação em florestas do Estado de São Paulo: 40 ha de parcelas permanentes (Projeto Parcelas Permanentes) e foi instalada em 2000. O objetivo geral desse projeto era fazer a caracterização ambiental detalhada, com reavaliações periódicas, das quatro principais formações florestais ocorrentes no Estado de São Paulo, através do estudo da comunidade arbórea em parcelas permanentes de grande dimensão, buscando compreender a dinâmica e os processos geradores e mantenedores da biodiversidade, além da adequação de práticas de conservação, manejo e restauração, com base no conhecimento gerado. Originalmente, o Projeto Parcelas Permanentes propôs a identificação, mapeamento e plaqueamento de todos os indivíduos arbóreos com DAP a partir de 5 cm e inventários a cada 5 anos. Em 2008, a Parcela Permanente da Restinga foi incorporada à rede de parcelas do Centro de Estudos de Florestas Tropicais- CTFS do Smithsonian Institute. Com isso, em fevereiro de 2009 foi iniciado o segundo inventário dessa parcela, com a inclusão de todos os indivíduos com DAP maior que 1 cm, o que não havia sido feito anteriormente. A parcela contém mais de 15 mil árvores que foram identificadas, plaqueadas e mapeadas (DAP com mais de 5 cm) e com a inclusão dos indivíduos com DAP entre 1 e 5 cm esperamos que chegue a 40 mil árvores. A estimativa é que o segundo inventário seja finalizado em agosto de 2009.
A parcela está localizada no Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), situado no extremo sul do litoral do Estado de São Paulo no município de Cananéia (25°03’05”– 25°18’18”S, 47°53’48” – 48°05’42”W) e no complexo estuarino lagunar Iguape-Cananéia-Paranaguá. A Ilha possui uma área de aproximadamente 22.500 ha e foi transformada em Parque Estadual pelo Decreto nº 40.319 de 1962. A topografia da Ilha do Cardoso é predominantemente montanhosa, sendo a região central da ilha ocupada por um maciço de rochas cristalinas de mais de 800 m de altura. Os solos das planícies (onde está localizada a parcela permanente) são resultado de sedimentação marinha recente e do tipo podzol hidromórfico, caracterizado pelo alto teor de areia, baixos teores de argila e silte e baixa fertilidade. Na ilha são encontradas diferentes formações vegetacionais naturais, relacionadas principalmente às características do substrato: campo de altitude nos altos dos morros onde os solos são rasos e as rochas afloram; floresta ombrófila densa atlântica de encosta nos terrenos de maior declive; vegetação de dunas próxima à zona de maré; floresta de restinga na planície litorânea e os manguezais nos solos lodosos das várzeas dos rios periodicamente inundados por água salobra.
O projeto utiliza as metodologias do Center for Tropical Forest Science - CTFS (Centro de Estudos de Florestas Tropicais), que são replicadas em mais de 25 países e 50 instituições em regiões temperadas e tropicais do globo, permitindo o entendimento de processos globais e generalizações sobre certos processos, através de inúmeras colaborações científicas entre pesquisadores.
Sob a coordenação do Smithsonian Tropical Research Institute STRI e da Universidade de Harvard CTFS-AA, o CTFS vem promovendo uma série de estudos nas parcelas da rede visando principalmente o monitoramento do efeito das mudanças climáticas em escala global. Além disso, as árvores marcadas, mapeadas e identificadas das parcelas da rede facilitam infinitos estudos sobre processos ecológicos, evolutivos, taxonômicos, etc., sobre as espécies e a floresta, em inúmeras oportunidades para treinamento e capacitação de estudantes em contextos regionais (Pan-Amazonia) e globais.
Instituições que colaboraram com a implementação dessa parcela e que colaboram com a realização do segundo inventário:
Toda a logística para a execução do projeto PP-Restinga é feita pelo LabTrop.
Os dados do projeto estão estruturados em MySql com uma interface de usuário em PHP para o seu gerenciamento. Esses dados podemo ser acessados parcialmente online através do Guia de Plantas da Restinga.
A lista de espécies da parcela da restinga representa os dados coletados em 2000 e 2004/2005 quando o diâmetro de inclusão dos indivíduos era de 5 cm.
Área | 10,24 ha |
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Árvores | 15040 |
Famílias | 45 |
Gêneros | 87 |
Espécies | 116 |
Muitos estudos, monografia e teses foram desenvolvidas na parcela. Para mais informações sobre o contexto teórico e resultados desse trabalhos acesse o Programa Ecologia do Projeto Conserva Restinga